domingo, 5 de abril de 2009

JOÃO PAULO II

João Paulo II era bem-humorado, afável, sensível e de profunda espiritualidade, considera o cardeal português José Saraiva Martins, que durante sete anos manteve um relacionamento próximo com o Papa nascido em 1920 na cidade polaca de Wadowice. A par da boa disposição, João Paulo II era uma pessoa próxima: “Considerava o seu interlocutor como uma pessoa igual a ele”.
Wojtyla esteve “sempre ao lado do homem porque era um santo”.
“Muitas vezes concebemos a santidade como uma realidade que se contrapõe à humanidade. É um erro terrível porque entre ambas não há nenhuma oposição. Ao contrário: é a plenitude”.
O Papa polaco “parecia só ter uma preocupação: defender a dignidade do homem e os seus direitos fundamentais”.
A beatificação de João Paulo II realiza-se no Vaticano no domingo, 1.º de maio, dia do trabalhador e data em que a Igreja Católica assinala a memória de São José Operário, o pai adoptivo de Jesus que, segundo a Bíblia, foi carpinteiro.
Saraiva Martins considera que o calendário é “providencial”:
Wojtyla foi operário “antes de abraçar a carreira sacerdotal”, pelo que “será um trabalhador a subir aos altares”.
Para o prelado, João Paulo II era “um grande místico” que “vivia de uma fé profunda, autêntica genuína e não abstracta”:
“Sempre admirei nele o espírito de oração contagioso”.
“Acontecia muitas vezes que, nas viagens a um país, enquanto os membros da comitiva papal iam para os seus quartos descansar, ele ia para a capela rezar”, o mesmo acontecendo pela noite e ao amanhecer.
O prelado português lembra também a ligação de João Paulo II a Portugal:
“era um Papa mariano” e “devotíssimo de Fátima”, onde se deslocou três vezes durante o pontificado exercido entre 1978 e 2005, ano da sua morte