sexta-feira, 2 de abril de 2010

SEM PENSAR NA CEIA...

«Deixei de ouvir a Jesus e logo continuei abraçada à minha cruz, arrastada, ou como que arrastada por fortes cadeias de amor, amor que me sujeitava ao maior dos sacrifícios.
Era já noite. Oh! quem me dera que Jesus falasse por mim agora, para honra e glória Sua e bem das almas. Oh! Quem me dera que nestas linhas ficasse bem gravado o que se passou na minha alma. Sem pensar na Ceia de Jesus com os Seus apóstolos, sentei-me à mesa. O meu coração era o cálice, era o vinho, era o pão. Todos vinham comer e beber a este cálice. Dali em diante, toda aquela cena seria renovada.
Mas, oh! que horror o que eu vi! Tantos Judas a comerem e a beberem indigna-mente! Que línguas tão sujas! Mas mais horror ainda: mãos tão indignas a distribuírem este pão e este vinho! Mãos indignas, corações cheios de demónios. Que horror, que horror de morte! Senti tanta dor que de dor e horror parecia-me rasgar a alma e despedaçar o coração.
Não sei exprimir-me melhor, o que sei é dizer que de tudo quanto tenho visto, sofrido e sentido, é este caso o mais tremendo e aterrador. E, sobre tudo isto, o amor de Jesus, amor indizível, amor que, só sendo sentido, se pode avaliar!
— Meu Jesus, perdoai-me, que nada disse.»

(Beata Alexandrina: Sentimentos da alma, 12 de Abril de 1945).

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